28 de setembro de 2011

Lista de recursos expressivos

Recursos expressivos / Figuras de Estilo ou Recursos estilísticos

Aliteração – Repetição de sons consonânticos.
Exemplo:
“Fogem fluindo à fina-flor dos fenos.” (Eugénio de Castro)
“Na messe, que enlourece, estremece a quermesse.” (Eugénio de Castro)

Assonância – Repetição de sons vocálicos.
Exemplo:
“Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da Paixão, pelos que lá vão!
Sino da Paixão bate bão-bão-bão.”
(Manuel Bandeira, Poesia Completa e Prosa)

Onomatopeia – Conjunto de sons que reproduzem ruídos do mundo físico. Este conjunto de sons pode formar palavras com sentido (palavras onomatopaicas).
Exemplo:
“Bramindo o negro mar de longe brada.” (Camões)

Anáfora – Repetição de uma ou mais palavras no início de verso ou de período.
Exemplo:
“Toda a manhã/fui a flor/impaciente/por abrir. /Toda a manhã/fui ardor/do sol/no teu telhado. “ (Eugénio de Andrade)
“É brando o dia, brando o vento.
É brando o Sol e brando o céu.” (Fernando Pessoa)

14 de maio de 2011

Gnosiologia

Gnosiologia (também chamada Gnoseologia) é o ramo da filosofia que se preocupa com a validade do conhecimento em função do sujeito cognoscente, ou seja, daquele que conhece o objeto. Este (o objeto), por sua vez, é questionado pela ontologia que é o ramo da filosofia que se preocupa com o ser. Fazem-se necessárias algumas observações para se evitar confusões.

A gnoseologia não pode ser confundida com epistemologia, termo empregado para referir-se ao estudo do conhecimento relativo ao campo de pesquisa, em cada ramo das ciências. A metafísica também não pode ser confundida com ontologia, ambas se preocupam com o ser, porém a metafísica põe em questão a própria essência e existência do ser.

Em outras palavras, grosso modo, a ontologia insere-se na teoria geral do conhecimento, ou Ontognoseologia, que preocupa-se com a validade do pensamento e das condições do objeto e sua relação o sujeito cognoscente, enquanto que a metafísica procura a verdadeira essência e condições de existência do ser.

Teoria do Conhecimento

A Teoria do Conhecimento tem por objectivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de conhecer. Os principais problemas da Teoria do Conhecimento são:
  • A possibilidade do conhecimento
  • A origem do conhecimento
  • A essência do conhecimento
  • As formas do conhecimento
  • O valor do conhecimento (o problema da verdade)
Se há conhecimento humano, existe a verdade, porque esta nada mais é do que a adequação da inteligência com a coisa (segundo a concepção aristotélico-tomista). Com a existência da verdade, há conseqüentemente a existência da certeza, que é passar a inteligência à verdade conhecida. A inteligência humana tende a fixar-se na verdade conhecida.

Metodologicamente, há primeiramente o conhecimento, depois a verdade, e finalmente a certeza. Tal tomada de posição perante o primeiro problema da crítica, é chamado de dogmatismo, sendo defendida por filósofos realistas, como por exemplo, Aristóteles e Tomás de Aquino. Se, ao contrário, se sustentar que a inteligência permanece, em tudo e sempre, sem nada afirmar e sem nada negar, i.é, sem admitir nenhuma verdade e nenhuma certeza, sendo a dúvida universal e permanente o resultado normal da inteligência humana, está se defendendo o ceticismo.

O problema crítico representa um passo além do dogmatismo e do ceticismo. Uma vez que admite-se a existência da verdade (valor do conhecimento), e da certeza, pergunta-se então onde estão as coisas: só na inteligência, como querem Platão, Kant, Hegel (idealismo), só na matéria, como ensina Marx (materialismo), no intelecto humano e na matéria, como dizem Aristóteles, Tomás de Aquino (realismo), ou só na razão, como diz Descartes (racionalismo).

Para o idealismo, o ente, i.é, o ente transcendental, compõe-se somente de idéias. Para o materialismo, somente matéria. Para o realismo, idéias e matéria. Para o racionalismo, é razão.

Investigando os fundamentos de todo o conhecimento, pois critica o conhecimento do ente transcendental, a Crítica é a base necessária de todo o saber científico e filosófico, inclusive da própria Ontologia. Então não se pode substituir gnosiologia por epistemologia, uma vez que a epistemologia está contida na gnosiologia.

Na gnosiologia existe o Apriorismo Kantiano que utiliza a união dos ideais do racionalismo e do empirismo, falando que primeiro ele conhece a verdade a partir dos sentidos e depois a razão organiza o que ele conheceu.

21 de dezembro de 2010

Agnose

Existe uma diferença profunda entre Ateísmo e Ceticismo, mas me parece que a maioria das pessoas confunde um pouco os dois. Um ateu é, também, um crente: ele acredita em algo, mesmo que por contraste, mesmo que “negativamente”. Por exemplo: o ateu acredita que Deus não existe. Isto também é um artigo de fé. O cético nem acredita, nem deixa de acreditar: ele considera ambas as possibilidades válidas: pode ser que Deus exista… Pode ser que Deus não exista…

Um indivíduo pode ser não-religioso e, ao mesmo tempo, espiritual. Porque religião tem a ver com Deus – e, portanto, com fé - e espiritualidade tem a ver com si mesmo, com valores que embora as pessoas normalmente confundam, estão mais ligados a si próprio, ao seu íntimo, do que com divindades. Espiritualidade, da forma como a entendo, tem a ver com o dentro, enquanto que religião tem a ver com o fora. A espiritualidade necessariamente precisa brotar inicialmente do interior de um indivíduo, de seus questionamentos, curiosidades, reflexões, temores; é sempre um movimento de dentro para fora. A religião é, em primeiro lugar, um movimento exterior. Na maioria das vezes ela é imposta por pais ou pessoas do círculo íntimo de uma pessoa, em tenra idade, e é “adotada” ou “assimilada”, sem muitas reflexões, por toda a vida. É comum ouvir alguém dizer, por exemplo: “Sou católico porque meus avós e meus pais eram católicos, e sigo a religião dos meus pais…” Parece-me que um indivíduo religioso pode transformar-se também em espiritual enquanto que um indivíduo espiritual raramente se tornará religioso. Uma pessoa religiosa está ligada a dogmas, credos e preceitos que, via de regra, são mutuamente excludentes: apenas um credo, uma fé, um dogma são os ”corretos” enquanto a fé, os dogmas e os credos de outras religiões são encarados com um olhar condescendente ou francamente hostil. Na religião, uma só Verdade deve prevalecer. Uma pessoa espiritual vê pontos de sabedoria na maior parte das religiões, não uma única Verdade absoluta. O guru indiano Osho dizia que era como um pássaro em um jardim: por que deleitar-se apenas com o néctar de uma só flor, quando há tanto néctar em todas as flores do jardim? “Sou como um pássaro num jardim; vou de flor em flor (de religião em religião) bebendo daquilo que me interessa”. O desafio está em construir uma visão coerente, uma espiritualidade coerente, procedendo desta maneira – porque o risco é de acabar-se com uma miscelânea incoerente e bizarra nas mãos. Mas ninguém disse - eunão estou dizendo – que o caminho da espiritualidade é fácil…

Agnose não é Ateísmo – Agnose é aceitar que a assim chamada “Verdade” não é acessível pelos sentidos e pelo intelecto humano e que, portanto, a busca por Deus é inútil; não se trata de aceitar ou recusar Deus, mas sim de entender que um ser como Deus não nos é apreensível e/ou cognoscível e, portanto, a busca por Ele é destituída de real interesse prático. A Agnose não está preocupada em provar ou refutar a existência de Deus. A Agnose diz: tal interesse é inútil. Então o que resta? O Ateísmo? O Materialismo? O Niilismo? Não: a Espiritualidade que é voltada para o ser humano, que procura meios de aperfeiçoá-lo com a ajuda de uma série de ferramentas (Filosofia, Psicologia, Psicanálise, Esportes, Artes, Música, etc.), que não tem nada ou muito pouco a ver com a religião.

Levei muitos anos – e perdi precioso tempo – para entender que sou espiritual mas não religioso. Talvez por isso “religiões” como o Budismo me atraiam tanto: o Budismo, em sua essência, tem mais a ver com espiritualidade do que com religião. No Budismo não há Deus, mas há a busca por uma evolução interior – que, em tese, poderia também ser alcançada através das Artes, ou de praticamente qualquer outro instrumento -, a busca por um auto-aperfeiçoamento que, em última análise, serve para aquilo que é mais importante: a busca da felicidade.

Aqui: http://agnose.wordpress.com/

30 de maio de 2010

O que é agnosticismo?

Agnosticismo é a crença de que a existência de Deus é impossível de ser conhecida ou provada. A palavra “agnóstico” significa essencialmente “sem conhecimento”. Agnosticismo é uma forma mais intelectualmente honesta do ateísmo. O ateísmo afirma que Deus não existe – uma posição que não pode ser provada. O agnosticismo argumenta que a existência de Deus não pode ser provada ou deixar de ser provada – que é impossível saber se Deus existe. Neste conceito, o agnosticismo está certo. A existência de Deus não pode ser provada ou deixar de ser provada empiricamente.

A Bíblia nos diz que nós devemos aceitar por fé que Deus existe. Hebreus 11:6 diz: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”. Deus é espírito (João 4:24), então ele não pode ser visto ou tocado. A menos que Deus decida revelar a Si próprio, Ele é essencialmente invisível aos nossos sentidos (Romanos 1:20). A Bíblia ensina que a existência de Deus pode ser claramente vista no universo (Salmos 19:1-4), percebida na natureza (Romanos 1:18-22) e confirmada nos nossos próprios corações (Eclesiastes 3:11).

O agnosticimo é essencialmente a falta de vontade de tomar uma decisão a favor ou contra a existência de Deus. É a posição mais “em cima do muro” que existe. Teístas acreditam que Deus existe. Ateus acreditam que Deus não existe. Agnósticos acreditam que nós não deveríamos acreditar ou desacreditar na existência de Deus – porque é impossível conhecê-la.

Por um instante, vamos deixar de lado as evidências claras e inegáveis da existência de Deus. Se colocamos as posições do teísmo e do ateísmo/agnosticismo no mesmo nível, em qual delas faz mais “sentido” acreditar – levando em conta a possibilidade de vida após a morte? Se não há Deus, teístas e ateus/agnósticos simplesmente cessarão de existir quando morrerem. Se há um Deus, ateus e agnósticos terão Alguém a quem prestar contas quando morrerem. Deste ponto de vista, definitivamente faz mais “sentido” ser um teísta do que um ateu/agnóstico. Se nenhuma das posições pode ser provada ou deixar de ser provada, não parece mais sábio fazer todo o esforço necessário para acreditar na posição que poderá ter um resultado final infinita e eternamente mais desejável?

É normal ter dúvidas. Existem tantas coisas neste mundo que nós não entendemos. Com freqüência, as pessoas duvidam da existência de Deus porque elas não entendem ou concordam com as coisas que Ele faz e permite. No entanto, nós, como seres humanos finitos, não devemos esperar entender um Deus infinito. Romanos 11:33-34 exclama: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?” Nós devemos acreditar em Deus pela fé e confiar nos seus caminhos pela fé. Deus está pronto e com vontade de revelar a Si próprio de formas incríveis para aqueles que acreditam nele. Deuteronômio diz: “De lá, buscarás ao SENHOR, teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.”

No site - http://www.gotquestions.org/portugues/agnosticismo.html

Pensamento intuitivo

O pensamento intuitivo é uma forma de pensamento caracterizada pelo uso da intuição. Diz-se que um indivíduo pensa intuitivamente quando, tendo trabalhado por muito tempo sobre um problema, repentinamente encontra a solução, para a qual, porém, tem que descobrir uma prova formal. Por outro lado, diz-se que um indivíduo é um bom matemático intuitivo se, quando outros lhe apresentam problemas, é capaz de, rapidamente, dar indicações muito boas sobre se algo é deste ou daquele modo, ou sobre qual será a mais fecunda abordagem de um problema, entre as várias possíveis.

É Jerome S. Bruner quem mais destaca a importância da distinção entre pensamento analítico e intuitivo.

Pensamento sintético

O pensamento sintético é uma forma de pensamento que utiliza a função de um fenômeno em um sistema maior para explicá-lo. Assim os órgãos do organismo humano, são explicados pelo papel que desempenham no organismo e não pelo comportamento de seus tecidos ou de suas estruturas de organização.

Pode-se dizer que este pensamento é o oposto do pensamento analítico, que faz o trabalho inverso ao dividir o sistema maior em partes menores que são mais facilmente explicáveis.

Pensamento analítico


O pensamento analítico é uma forma de pensamento com objetivo de explicar as coisas através da decomposição em partes mais simples, que são mais facilmente explicadas ou solucionadas, e uma vez entendidas tornam possível o entendimento do todo. O comportamento do todo é assim explicado pelo comportamento das partes. Estas partes, em geral, podem ser relatadas a outra pessoa por aquele que pensa.

Foi Jerome S. Bruner quem mais destaca a importância da distinção entre pensamento analítico e intuitivo.

Este pensamento se processa relativamente com plena consciência da informação e das operações que implica. Pode envolver raciocínio cauteloso e dedutivo, muitas vezes utilizando matemática ou lógica e um explícito planejamento de ações. Ou pode envolver um processo gradativo de indução e experimento, empregando princípios de técnica de pesquisa e de análise estatística.

O pensamento analítico também é central na solução de problemas. Para solucionar problemas é preciso subdividí-los em problemas menores, que recebem soluções particulares. Supõe-se que uma vez solucionados os problemas menores estará solucionado o maior.

Exemplo

Um exemplo de pensamento analítico:
  1. Definição do Problema;
  2. Formulação da Hipótese;
  3. Coleta dos Fatos;
  4. Condução da Análise;
  5. Desenvolvimento da Solução;
Em um outro exemplo, a temperatura do corpo, por exemplo, pode ser explicado como uma função da velocidade das partículas da matéria das quais ele é composto.