25 de fevereiro de 2010

Hipocrisia

A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou, mais tarde, a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos.

Um exemplo clássico de ato hipócrita é denunciar alguém por realizar alguma ação enquanto realiza a mesma ação.

O cientista cognitivo Keith Stanovich fez uma carreira do estudo da hipocrisia. Ele a vê como surgindo da incompatibilidade de tais coisas como o interesse próprio e os desejos com crenças de ordem mais alta na moralidade e na virtude. As únicas pessoas que não são hipócritas são a minúscula e talvez não-existente minoria que é tão santa que nunca se entregam a seus instintos mais básicos e o grupo maior que nunca tenta viver segundo os princípios da moralidade ou virtude. Ele dessa forma defende que os hipócritas são na verdade a classe mais nobre das pessoas.

François duc de la Rochefoucauld revelou, de maneira mordaz, a essência do comportamento hipócrita: "A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude". Ou seja, todo hipócrita finge emular comportamentos corretos, virtuosos, socialmente aceitos.

O termo “hipocrisia” é também comumente usado (alguns diriam abusado) num sentido que poderia ser designado de maneira mais específica como um “padrão duplo”. Um exemplo disso é quando alguém acredita honestamente que deveria ser imposto um conjunto de morais para um grupo de indivíduos diferente do de outro grupo.

Hipocrisia é pretensão ou fingimento de ser o que não é. Hipócrita é uma transcrição do vocábulo grego "hypochrités". Os actores gregos usavam máscaras de acordo com o papel que representavam numa peça teatral. É daí que o termo hipócrita designa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência.


Hipocrisia e religião

Já que a prática da religião não se dá fora do contexto humano, ela tem exemplos de hipocrisia e não se pode dizer de nenhuma religião que é imune a ela. O escândalo dos chefes da Igreja Renascer, detidos e a cumprir pena nos E.U.A., é um exemplo.

Durante o reino do governo teocrático Talibã havia numerosas denúncias relacionadas a comportamentos hipócritas realizados pelos regentes do Talibã ao mesmo tempo que puniam outros pelo mesmo comportamento.

O Novo Testamento do Cristianismo refere-se especificamente aos hipócritas em vários lugares, em especial quando representando de maneira caricatural a seita dos fariseus, como por exemplo, o Evangelho de Mateus capítulo 23, versículos 13 a 15:

    " Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.”

No Zen Budismo, o San Francisco Zen Center forçou seu abade Zentatsu Richard Baker a se demitir nos anos 1980 devido a acusações envolvendo, entre outras coisas, comportamento hipócrita.

19 de fevereiro de 2010

Amor platônico

Amor platônico, na acepção vulgar, é toda a relação afetuosa em que se abstrai o elemento sexual, idealizada, por elementos de gêneros diferentes - como num caso de amizade pura, entre duas pessoas.

Esta definição, contudo, difere da concepção mesma do amor ideal de Platão, o filósofo grego da Antiguidade, que concebera o Amor como algo essencialmente puro e desprovido de paixões, ao passo em que estas são essencialmente cegas, materiais, efêmeras e falsas. O Amor, no ideal platônico, não se fundamenta num interesse (mesmo o sexual), mas na virtude.

Necrofilia

Necrofilia (do grego νεκρός [nekrós], "morto", "cadáver", e φιλία [filía], "amor") é uma parafilia caracterizada pela excitação sexual decorrente da visão ou do contato com um cadáver.

O fenômeno da necrofilia é conhecido desde os mais remotos tempos da história humana, podendo ainda hoje ser observado como costume comum (às vezes até sacralizado) em certas tribos africanas e asiáticas, bem como em manifestações esporádicas na chamada civilização ocidental.

Também é citado nas prosas e poesias românticas do século XIX como nas obras de Álvares de Azevedo. Também é considerado o pior dos desvios sexuais do ser humano.

Humanismo secular


O Humanismo Secular também conhecido por Humanismo Laico é um termo que tem sido usado nos últimos trinta anos para descrever uma visão de mundo com os seguintes elementos e princípios:
  • Uso da razão, do método científico e da evidência factual em lugar de fé ou de misticismo, na busca de soluções e respostas para as questões humanas mais importantes.
  • Certeza de que dogmas, ideologias e tradições religiosas, políticas ou sociais devem ser avaliados e testados, em vez de simplesmente aceitos por uma questão de fé.
  • Busca da satisfação, do desenvolvimento e da criatividade, para o indivíduo e para a humanidade em geral.
  • Preocupação com a vida presente e compromisso de dotá-la de sentido através de um melhor conhecimento de nós mesmos, de nossa história, das nossas conquistas intelectuais e artísticas e das perspectivas daqueles que diferem de nós.
  • Busca por princípios viáveis de conduta ética (tanto individuais quanto sociais e políticos), julgando-os por sua capacidade de melhorar o bem-estar humano e a responsabilidade individual.
  • Busca constante pela verdade objetiva, levando em consideração que nossa percepção dessa verdade nunca é preenchida, pois ela pode ser ampliada por novos conhecimentos e experiências.
  • Certeza de que com razão, boa vontade e tolerância, pode-se progredir na construção de um mundo melhor para todos nós.

16 de fevereiro de 2010

Eufemismo

Eufemismo é uma figura de estilo que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma expressão. Consiste na visualização de uma expressão.

É necessário ressaltar que em uma série de materiais didáticos há exemplos inadequados de eufemismo, principalmente no que se refere à morte: "Ir para a terra dos pés juntos", "Comer capim pela raiz" e "Vestir o paletó de madeira" são comuns nesses livros.

Expressões populares têm um caráter cômico, o que pode atender em parte a intenção do eufemismo. Entretanto, seu uso em situações de grande impacto como a morte beira o grotesco e a função dessa figura de linguagem se perde. Um exemplo mais adequado é dizer que o indivíduo "partiu", ou que "deixou esse mundo".

Exemplos:
  • Você faltou com a verdade. (Em lugar de mentiu)
  • Ele entregou a alma a Deus. (Em lugar de: Ele morreu)
  • Nos fizeram varrer calçadas, limpar o que faz todo cão... (Em lugar de fezes)
  • Ela é minha ajudante (Em lugar de empregada doméstica)
  • "...Trata-se de um usurpador do bem alheio..." (Em lugar de ladrão)
  • Filho do mesgramado! (Ao invés de desgraçado)
  • "Era uma estrela divina que ao firmamento voou!" (Em lugar de morreu) (Álvares de Azevedo)
  • "Quando a indesejada da gente chegar" (Em lugar de a morte) (Manuel Bandeira)
  • Ele subtraiu os bens de tal pessoa. (Em vez de furtou)
  • "...Para o porto de Lúcifer." (Em vez de inferno) (Gil Vicente)
  • "Verdades que esqueceram de acontecer" (em lugar de mentira) (Mário Quintana)
  • Passar os cinco [dedos] -- expressão popular (Em vez de roubar)
  • "Ele vivia de caridade pública" (ao invés de "esmolas") (Machado de Assis)
  • Ele foi morar com Deus. (Em lugar de morreu) (Gabriela Prizo)
  • Ele foi convidado a sair da escola. (Em lugar de expulso da escola)
  • Ele se apropriou do dinheiro do colega. (Em lugar de roubou) (Marcelo Fileti)
  • Ele não foi feliz nos exames. (Em vez de: ele foi reprovado)
  • Enriqueceu por meios ilícitos. (Em vez de: ele roubou)
  • Querida, ao pé do leito derradeiro (Em vez de túmulo)
  • O regime cubano peca sim em alguns quesitos democráticos (Em vez de ditadura)
  • Em que descansas dessa longa vida, (Em vez de morres)

Fisiognomia



Fisiognomia ou fisiognomonia teve sua origem na Índia, quando antigos habitantes daquele país estudavam rugas no corpo, as causas e as origens das mesmas. Mais tarde foi levada para a China, onde foi estudada e desenvolvida como diagnóstico e hoje é tida como uma subdivisão da Medicina Chinesa.

Segundo a fisiognomia os traços da face podem auxiliar em um diagnóstico preciso e ainda indicar um tratamento correcto em qualquer área médica, estética, nutricional ou psicológica, e a sua técnica consiste em uma avaliação completa do indivíduo. As marcas e traços que surgem no nosso corpo são registos dos nossos hábitos de vida, podendo servir como indicadores de desequilíbrios diversos.

Niilismo


Niilismo é um termo e um conceito filosófico que afeta as mais diferentes esferas do mundo contemporâneo (literatura, arte, ciências humanas, teorias sociais, ética e moral). É a desvalorização e a morte do sentido, a ausência de finalidade e de resposta ao “porquê”. Os valores tradicionais se depreciam e os "princípios e critérios absolutos dissolvem-se". "Tudo é sacudido, posto radicalmente em discussão. A superfície, antes congelada, das verdades e dos valores tradicionais está despedaçada e torna-se difícil prosseguir no caminho, avistar um ancoradouro".

O niilismo pode ser considerado como "um movimento positivo” – quando pela crítica e pelo desmascaramento nos revela a abissal ausência de cada fundamento, verdade, critério absoluto e universal e, portanto, convoca-nos diante da nossa própria liberdade e responsabilidade, agora não mais garantidas, nem sufocadas ou controladas por nada". Mas também pode ser considerado como "um movimento negativo” – quando nesta dinâmica prevalecem os traços destruidores e iconoclastas, como os do declínio, do ressentimento, da incapacidade de avançar, da paralisia, do “tudo-vale” e do perigoso silogismo ilustrado pela frase do personagem de Dostoiévski: "Se Deus está morto, então tudo é permitido". Entende-se por Deus neste ponto como a verdade e o princípio.

9 de fevereiro de 2010

Sectarismo


O termo sectarismo (usado geralmente com conotação pejorativa) pode ser definido como a visão estreita, intolerante ou intransigente. Muitas seitas e religiões têm uma visão proselitista das verdades que pregam. Algumas atitudes de grupos ideológicos também podem ter comportamentos sectários na defesa ferrenha de seus ideais.

Classifica-se de sectário aquele que é praticante de uma seita ou apresenta comportamento típico do sectarismo ideológico.
 
Proselitismo: (do latim eclesiástico prosélytus, que por sua vez provém do grego προσήλυτος) é o intento, zelo, diligência, empenho ativista de converter uma ou várias pessoas a uma determinada causa, idéia ou religião (proselitismo religioso).
 
Diligência pode se referir a:
Ativismo: no sentido filosófico, pode ser descrito como qualquer doutrina ou argumentação que privilegie a prática efetiva de transformação da realidade em detrimento da atividade exclusivamente especulativa. Nesse sentido, freqüentemente subordina sua concepção de verdade e de valor ao sucesso ou pelo menos à possibilidade de êxito na ação.

Metodologia


A Metodologia é o estudo dos métodos. Ou então as etapas a seguir num determinado processo.

Tem como objetivo captar e analisar as características dos vários métodos disponíveis, avaliar suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar os pressupostos ou as implicações de sua utilização.

Além de ser uma disciplina que estuda os métodos, a metodologia é também considerada uma forma de conduzir a pesquisa ou um conjunto de regras para ensino de ciência e arte.

A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário, entrevista etc), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa.

Em Gestão de Projetos, existe a metodologia geral e a metodologia detalhada.

A metodologia pode ser dividida em vários métodos até chegar num determinado objetivo.

Conceito

Deve-se notar que a palavra metodologia é muitas vezes usada onde seria mais adequado usar método. É um exemplo claro de inflation. Por exemplo tomemos a frase "Já que os estudantes não estavam disponíveis para responder a pesquisa sobre o sucesso acadêmico, nós mudamos nossa metodologia e, em vez deles, utilizamos respostas dos instrutores". Nesse caso, a metodologia (fazer pesquisa presumindo que isso fornece resultados confiáveis) não mudou. O que mudou foi o método (perguntar a professores em vez de a estudantes).

O termo metodologia inclui os seguintes conceitos, em relação a uma disciplina particular ou campo de estudo:
  1. coleção de teorias, conceitos e idéias;
  2. estudo comparativo de diferentes enfoques;
  3. crítica de um método individual.

8 de fevereiro de 2010

Anarquia x Anarquismo


Um fator que nós achamos ser importante para começar este texto é a distinção entre "anarquia" e "anarquismo". Alguns poderão entender isso como uma pura questão trivial ou semântica, mas para muitos pós-esquerdistas e anarquistas anti-civilização, esta diferenciação é importante. Enquanto o anarquismo serve como um importante ponto de referência histórica do qual se extrai inspirações e lições, ele tem se tornado muito sistemático, fixo e ideológico - tudo o que a anarquia não é. Admicivelmente a anarquia tem muito pouco a ver com a orientação social/política/filosófica do anarquismo e mais a ver com aqueles que se identificam como anarquistas. Sem dúvida, muitos de nossa linhagem anarquista ficariam desapontados por esta tendência em solidificar tudo que sempre deveria estar fluindo.

Os primeiros que se identificaram como anarquistas (Proudhon, Bakunin, Berkman, Goldman, Malatesta e outros) respondiam a seus contextos especificos com suas próprias motivações e desejos específicos. Muito frequentemente, os anarquistas contemporâneos vêem estas pessoas como representantes e fundadores da anarquia, e criam uma atitude do tipo "o que bakunin faria" (ou melhor, "pensaria") a respeito da anarquia, o que é trágico e potencialmente perigoso.

Hoje, os que se identificam como anarquistas "clássicos" se recusam a aceitar qualquer realização em um território desconhecido dentro do anarquismo (ex.: primitivismo,pós-esquerdismo, etc) ou tendências que têm estado frequentemente em desacordo com a aproximação com o movimento de massa dos trabalhadores (ex.: Individualismo, Niilismo, etc). Estes anarquistas rígidos, dogmáticos e extremamente não-criativos foram muito longe em declarar que o anarquismo é uma metodologia social/econômica de organizar as classes trabalhadoras. Isso é obviamente um extremo absurdo, mas tais tendências podem ser vistas nas idéias e projetos de muitos anarco-esquerdistas contemporâneos (anarco-sindicalistas, anarco-comunistas, plataformistas, federacionistas, etc)


O "Anarquismo" como se tem hoje é uma distante ideologia de esquerda, a qual nós devemos ir além. Em contraste, a "anarquia" é uma experiência sem forma, fluída e orgânica que abraça visões multifacetadas de libertação tanto pessoal quanto coletiva e sempre aberta. Como anarquistas nós não nos interessamos em formar uma nova estrutura ou conjunto de regras parar viver e seguir, por mais "ética" ou "discreta" que pareça ser. Os anarquistas não podem oferecer um outro mundo para as pessoas, mas nós podemos levantar questões e idéias, tentar destruir toda dominação que impede nosssas vidas e nossos sonhos e vivermos diretamente conectados com nossos desejos.

Tire realmente as sua dúvidas por aqui: http://www.culturabrasil.pro.br/anarquia.htm

5 de fevereiro de 2010

Enclítico


Designação atribuída à posição sintáctica pós-verbal assumida pelo pronome clítico em português europeu. Em português os pronomes "enclíticos" juntam-se ao verbo através de um hífen, como em mo>, ao passo que em castelhano, por exemplo, acoplam-se ao verbo sem hífen: <cómpramelo>), subordinando-se, em ambos os casos, à estrutura silábica do verbo.

Em português do Brasil, não se verificam actualmente enclíticos, à excepção de alguns registos muito cultos e conservadores da língua.

A posição enclítica destes pronomes é a colocação mais esperada e ocorre sempre que não existam palavras na frase que provoquem antecipação do pronome (próclise), como pronomes interrogativos, advérbios de negação, conjunções, etc., e sempre que o verbo não esteja no futuro do indicativo ou no condicional (situação que obriga a mesóclise do pronome).


Dada a sua grande dependência fonológico-sintáctica, os enclíticos sofrem processos de assimilação como, por exemplo, quando as formas verbais terminam por <-r>, <-s> ou <-z>, em que o pronome enclítico acusativo de 3.ª pessoa evolui para (ex: la>, la?>, lo bem feito>).

4 de fevereiro de 2010

Pedantismo


No texto chamado "Do Pedantismo", Michel de Montaigne busca refletir acerca da distinção entre erudição e sabedoria; o que pode parecer um pouco estranho, pois geralmente elas não parecem ser coisas distintas, ou seja, uma pessoa sábia é uma pessoa erudita. Contudo, essa distinção parece ser bem clara para o filósofo francês, se entendermos erudito como alguém que apenas domina um conhecimento, alguém que apenas ostenta o conhecimento como um bem cultural – uma bagagem cultural como normalmente as pessoas dizem. Nesse caso, portanto, aquela educação que tenha como fim apenas a retenção de conhecimento – apenas encher a nossa "bagagem" – seria uma educação pedante, visto que, não nos tornaria homens melhores, não nos prepararia para a vida.

Ainda assim, no entanto, essas duas definições, de sabedoria e de erudição, onde a primeira estaria relacionada à qualidade do conhecimento e a segunda à quantidade do conhecimento, sendo que a primeira tem mais valor do que a segunda para o filósofo, parece ser muito arbitrária, pois: o que nos garante esse valor maior de uma em relação a outra? Que razões o filósofo tem para determinar que o que importa é aquilo que nos prepara para a vida? Será que a mera erudição não nos prepara para a vida também? Que vida é essa e o que significa nos tornarmos homens melhores? O mais certo, todavia, é que não encontraremos nesse texto - aliás, em nenhum ensaio de Montaigne -, a pretensão de chegar a uma verdade absoluta, mas sim, apenas o ponto de vista de uma pessoa que está se "fazendo" no próprio ato de escrever, que está se experimentando, como fica claro na advertência ao leitor: 

"Quero que me vejam aqui em minha maneira simples, natural e habitual, sem apuro e artifício: pois é a mim que pinto. Nele meus defeitos serão lidos ao vivo, e minha maneira natural, tanto quanto o respeito público mo permitiu" (Montaigne, p. 4).

Portanto, quando nos direcionamos ao texto de Montaigne, precisamos ter uma outra postura filosófica que não aquela que faz análises minuciosas do texto, buscando uma argumentação exaustiva em prol de uma tese. Ao contrário, o filósofo propõe uma outra filosofia, em seu conteúdo e sua forma – uma filosofia que mais é uma efetivação do "conhece-te a ti mesmo" socrático, onde o desenvolvimento do próprio pensamento é a busca por sua própria identidade, e isso, com certeza, é a sabedoria e a radicalidade do pensamento de Montaigne em seu tempo.

Fanatismo

Fanatismo (do francês "fanatisme") é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou política. É extremamente freqüente em paranóides, cuja apaixonada adesão a uma causa pode avizinhar-se do delírio.

Em Psicologia, os fanáticos são descritos como indivíduos dotados das seguintes características:

    1. Agressividade;
    2. Preconceitos vários;
    3. Estreiteza mental;
    4. Extrema credulidade quanto ao próprio sistema, com incredulidade total quanto a sistemas contrários;
    5. Ódio;
    6. Sistema subjetivo de valores;
    7. Intenso individualismo.

O apego e cultivo, mesmo quando desmesurado, por determinados gostos e práticas (como costuma ocorrer com colecionadores de selos, revistas, etc) não configura, necessariamente, fanatismo. Para tanto, faz-se preciso que a conduta da pessoa seja marcada pelo radicalismo e por absoluta intolerância para com todos os que não compartilhem suas predileções.

De um modo geral, o fanático tem uma visão-de-mundo maniqueísta, cultivando a dicotomia bem/mal, onde o mal reside naquilo e naqueles que contrariam seu modo de pensar, levando-o a adotar condutas irracionais e agressivas que podem, inclusive, chegar a extremos perigosos, como o recurso à violência para impor seu ponto de vista.

Tradicionalmente, o fanatismo aparece associado a temas de natureza religiosa ou política, porém, mais recentemente, ele se tem mostrado também em outros cenários, como os das torcidas de futebol.

Teoria das Cordas - Falsa ou Verdadeira?


Você foi dito que "a evolução é apenas uma teoria", uma suposição, um palpite, e não um fato, não comprovado. Você foi enganado. Manter a leitura, e em menos de dois minutos a partir de agora você vai saber que você foi mal informado. Nós não estamos indo para tentar mudar de idéia sobre a evolução. Nós apenas queremos ressaltar que "é apenas uma teoria" não é um argumento válido.

A teoria da evolução é uma teoria, mas adivinhem? Quando os cientistas usam a palavra teoria, tem um significado diferente ao normal diária use.1 Isso é certo, tudo se resume aos múltiplos significados da palavra teoria. Se você disse a um cientista que você não acredita na evolução porque era "apenas uma teoria", que provavelmente seria um pouco intrigado.

Em uso cotidiano, a teoria, um palpite ou um palpite, talvez algo que precisa de prova. Em ciência, uma teoria não é uma suposição, não uma intuição. É uma bem-fundamentada, bem apoiados, bem documentado explicação para a nossa observations.2 Ele une todos os fatos sobre algo, fornecendo uma explicação que enquadra todas as observações e pode ser usado para fazer previsões. Na ciência, a teoria é o objetivo final, a explicação. É tão perto de comprovada como nada na ciência pode ser.

Algumas pessoas pensam que na ciência, você tem uma teoria, e uma vez que está comprovado, torna-se uma lei. Isso não é como ele funciona. Em ciência, nós recolhemos os fatos, ou observações, podemos usar as leis para descrevê-los, e uma teoria para explicá-los. Você não promover uma teoria para uma lei provando isso. A teoria nunca se torna um direito.

Isto merece ser repetido. A teoria nunca se torna um direito. Na verdade, se houvesse uma hierarquia das ciências, as teorias seriam maiores do que as leis. Não há nada mais elevado, ou melhor, do que uma teoria. Leis descrever as coisas, as teorias de explicá-las. Um exemplo ajudará a compreender isso. Há uma lei da gravidade, que é a descrição da gravidade. Ele basicamente diz que se você abrir mão de algo que vai cair. Ela não diz porquê. Depois, há a teoria da gravidade, que é uma tentativa de explicar o porquê. Na verdade, a Teoria da Gravidade de Newton fez um trabalho muito bom, mas a teoria da Relatividade de Einstein faz um trabalho melhor de explicar isso. Estas explicações são chamados de teorias, e será sempre teorias. Eles não podem ser transformadas em leis, porque as leis são coisas diferentes. Leis descrever e explicar as teorias.

Só porque ele é chamado de uma teoria da gravidade, não significa que ele é apenas uma suposição. Foi testada. Todas as nossas observações são suportados por ele, bem como as suas previsões de que nós testamos. Além disso, a gravidade é real! Você pode observá-lo por si mesmo. Só porque ele é real, não significa que a explicação é uma lei. A explicação, em termos científicos, é chamado de uma teoria.

A evolução é o mesmo. Há o fato da evolução. Mudança Evolution (genética ao longo de gerações) 3 acontece, como a gravidade faz. Não tome minha palavra para ela.4 Pergunte ao seu professor de ciências, ou google it. Mas essa não é a questão que estamos tratando aqui. A teoria da evolução por seleção natural é a melhor explicação para o fato da evolução. Ela já foi testada e analisada por mais de 150 anos, e é apoiada por todas as observações pertinentes.

Da próxima vez que alguém tenta dizer-lhe que a evolução é apenas uma teoria, como uma maneira de descartá-la, como se fosse apenas algo que alguém adivinhou, lembre-se que eles estão usando o sem-sentido científico da palavra. Se essa pessoa é um professor, ou ministro, ou alguma outra figura de autoridade, eles deveriam saber melhor. Na verdade, eles provavelmente não, e estão tentando enganar você.5

A evolução não é apenas uma teoria, é uma teoria triunfante!

# 1 "Teoria: Um conjunto de instruções ou princípios que visam explicar um grupo de fatos ou fenômenos, especialmente uma que foi repetidamente testado e é amplamente aceito e pode ser usado para fazer previsões sobre os fenômenos naturais". American Heritage Dictionary

Teorias # 2 "científicas são explicações de fenômenos naturais construídas logicamente a partir de observações e hipóteses testáveis". Ensino sobre a evolução ea Natureza da Ciência - National Academy Press.

# 3 A norma, a definição científica da evolução é a seguinte: "Na verdade, a evolução pode ser definida precisamente como qualquer mudança na freqüência de alelos dentro de um pool de genes de uma geração para a outra." Biologia - Helena Curtis e N. Sue Barnes, WH Freeman

Evolucionistas.

# 4 "ter sido clara sobre a distinção entre fato e teoria desde o início, mesmo porque nós sempre reconhecemos como estamos longe de compreender completamente os mecanismos (teoria) pelos quais a evolução facto () ocorreu. Darwin continuamente enfatizou a diferença entre suas duas grandes e distintas: o estabelecimento do fato da evolução e propor uma teoria da seleção - natural - para explicar o mecanismo da evolução. " Evolução como fato e teoria - Stephen Jay Gould.

# 5 A Cobb County School Board necessário um autocolante com o seguinte texto para ser colocado em todos os livros de biologia: "Este livro contém material sobre evolução. Evolução é uma teoria, não um fato, quanto à origem dos seres vivos. Esse material deverá ser abordado com uma mente aberta, estudado cuidadosamente e considerado criticamente ". Decisão do Tribunal de derrubar a Cobb County Evolution Disclaimer.

3 de fevereiro de 2010

Abstração


Abstração é o processo ou resultado de generalização por redução do conteúdo da informação de um conceito ou fenómeno observável, normalmente para reter apenas a informação que é relevante para um propósito particular. Por exemplo, abstraindo uma bola de futebol de couro por uma bola de futebol retemos apenas a informação das propriedades e comportamento da bola genérica.

Similarmente, abstraindo a felicidade para um estado emocional reduz-se a quantidade de informação coberta pelo estado emocional. Cientistas da computação usam a abstração para entender e resolver problemas e comunicar suas solução para o computador usando alguma linguagem computacional em particular.

 Processo de pensamento

Na teminologia filosófica, abstração é o processo de pensamento em que ideias são distanciadas dos objetos, operação intelectual onde existe o método que isola os generalismos teóricos dos problemas concretos por forma a resolver os últimos.

A abstração usa a estratégia de simplificação, em que detalhes concretos são deixados ambíguos, vagos ou indefinidos; assim uma comunicação efetiva sobre as coisas abstraídas requerem uma intuição ou experiência comum entre o comunicador e o recipiente da comunicação. Isso é verdade para todas as formas de comunicação verbal/abstrata.
Através da abstração podemos imaginar as resultantes de determinada decisão ou ação, sem recorrer a mecanismos físicos ou mecânicos de resolução.

Segundo alguns, quando se está em processo de criação mental, ou abstração, não são dispensados os elementos concretos que constituem a formação do raciocínio. Este, por sua vez supõe e visualiza os resultados através de figuras de imagens mentais ou abstrações.


O planejamento de uma ação extrai dos dados concretos os traços julgados essenciais. Pois o critério subjetivo do processo criativo necessita de figuras de comparação que resultam no planejamento para a ação futura.

Embora nem sempre a abstração esteja ligada à criação, a criação está sempre ligada à abstração, portanto, sem a segunda, não há a primeira. Com isso pode-se afirmar que a expressão "arte abstrata" (também chamada de "abstracionismo") se consagrou numa forma de criação de figuras que não representam fielmente objetos do mundo exterior. As "figuras abstratas" são interpretadas de acordo com aquele que as observa.

Analogia


Uma analogia é uma relação de equivalência entre duas outras relações.

As analogias têm uma forma de expressão própria que segue o modelo: A está para B, assim como C está para D. Por exemplo, diz-se que: "Os patins estão para o patinador, assim como os esquis estão para o esquiador", ou seja, a relação que os patins estabelecem com o patinador é idêntica à relação que os esquis estabelecem com o esquiador.

A maior parte das pessoas achará a analogia dos esquis/patins verdadeira. No entanto, é extremamente dificil estabelecer de forma rigorosa porque é verdadeira. Normalmente, as analogias são fluidas e uma análise mais detalhada poderá revelar algumas imperfeições na comparação. Afinal, esquiar e patinar são actividades parecidas, mas não são exactamente iguais.

Sincretismo - Ostracismo


Sincretismo (do grego συγκρητισμός, originalmente "coalização dos cretenses", composto de σύν "com, junto" e Κρήτη "Creta") é uma fusão de doutrinas de diversas origens, seja na esfera das crenças religiosas, seja nas filosóficas.

Na história das religiões, o sincretismo é uma fusão de concepções religiosas diferentes ou a influência exercida por uma religião nas práticas de uma outra.

Ostracismo era uma forma de punição política empregada inicialmente pelos atenienses. Significava a expulsão política e o exílio por um tempo de 10 anos. Seus bens ficavam guardados na cidade e ele se tornava como de fora. Foi decretada em Atenas no ano de 510 A.C. por Clístenes e foi posto em prática no ano 487 A.C. como luta contra a tirania.

O político que houvesse proposto projetos e votações para beneficio próprio para retornar para a tirania era candidato certo ao ostracismo.

O primeiro político punido com o ostracismo foi Hiparco e mais tarde os políticos Megacles, Jantipo (pai de Péricles) e no ano 482 A.C. foi a vez de Aristides. Ao que parece o último punido foi o demagogo Hipérbolo no ano 417 A.C.

A votação era feita inicialmente pela assembleia de Atenas. Se a votação tinha como resultado voto favorável ao ostracismo então uma votação pública era feita dois meses mais tarde. Se o resultado final fosse confirmado o político tinha 10 dias para deixar a cidade. Poderia voltar depois de 10 anos ou se outra assembleia seguida de votação pública trouxesse perdão.

O processo deve ser distinguido do uso atual do termo, que genericamente refere-se à modos informais de exclusão de um grupo através do isolamento social. Derivado, assim do mundo grego, ainda, o exemplo social antropológico clássico de ostracismo, é a expulsão de membros da tribo Aborígene pré-colonial Australiana, que poderia resultar em morte do membro expulso.

Em Atenas, o ostracismo contribui para a manutenção da república.

Outra forma - a mais conhecida atualmente - de empregar a palavra ostracismo, é para designar artistas (cantores, atores, etc…) que estão há muito tempo longe do grande público, sem lançar músicas ou discos; sem atuar em filmes ou novelas, caindo no completo esquecimento.

Parcimônia


Parcimônia é um conceito de frugalidade, economia ou precaução ao chegar a uma hipótese ou curso de ação. Seu significado pode ser traduzido por "menos é melhor". Trata-se de um princípio geral que tem aplicações desde a ciência até a filosofia e em todos os campos relacionados a elas.

Em Ciência, parcimônia é a preferência pela explicação mais simples para uma observação. Esta geralmente é considerada a melhor maneira de julgar as hipóteses.

Parcimônia também é um conceito utilizado na sistemática moderna que estabelece que ao construir e selecionar árvores filogenéticas, ou seja, os clados, o melhor critério é baseado em seus princípios: normalmente é correto o relacionamento mais simples encontrado entre dois indivíduos, aquele que apresente o menor números de passos intermediários ou mudanças evolucionárias.

Dislexia


Dislexia (do grego Δυσλεξία, δυσ ["difícil"] e λέξις ["palavra"]) caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado.

 A dislexia é mais frequentemente caracterizada pela dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras, na leitura precisa e fluente e na fala. Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra (o princípio do alfabeto); também costumam trocar letras, p. ex. b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem inversa, p.ex "ovóv" para vovó.

A dislexia, contudo, não é um problema visual, envolvendo o processamento da fala e escrita no cérebro, sendo comum também confundir a direita com a esquerda no sentido espacial. Esses sintomas podem coexistir ou mesmo confundir-se com características de vários outros factores de dificuldade de aprendizagem, tais como o déficit de atenção/hiperatividade, dispraxia, discalculia, e/ou disgrafia. Contudo a dislexia e as desordens do déficit de atenção e hiperatividade não estão correlacionados com problemas de desenvolvimento.

Estereótipo - Estereótipo étnico - Humor negro


Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação. São usados principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de pessoas na sociedade. Sua aceitação é ampla e culturalmente difundida no ocidente, sendo um grande motivador de preconceito e discriminação.

Conceito infundado sobre um determinado grupo social, atribuindo a todos os seres desse grupo uma característica, frequentemente depreciativa; modelo irrefletido, imagem preconcebida e sem fundamento.

O Estereótipo também é muito usado em Humorismo como manifestação de racismo, homofobia, xenofobia, machismo e intolerância religiosa. É muito mais aceito quando manifestado desta forma, possuindo salvo-conduto e presunção de inocência para atingir seu objetivo.

COMO FUNCIONA O ESTEREÓTIPO:

É um conjunto de características presumidamente partilhadas por todos os membros de uma categoria social. É um esquema simplista mas mantido de maneira muito intensa e que não se baseia necessariamente em muita experiência direta. Pode envolver praticamente qualquer aspecto distintivo de uma pessoa – idade, raça, sexo, profissão, local de residência ou grupo ao qual é associada.

Quando nossa primeira impressão sobre uma pessoa é orientada por um estereótipo, tendemos a deduzir coisas sobre a pessoa de maneira seletiva ou imprecisa, perpetuando, assim, nosso estereótipo inicial.

Estereótipo étnico

  É uma forma de representar um grupo étnico ou povo de forma generalizada (como se todos fossem iguais). No Brasil, por exemplo, é comum as populações indígena receberem estereótipos.

Humor negro

O humor negro é um subgênero do humor que utiliza situações, normalmente macabras ou de natureza mórbida, para fazer rir ou divertir o público menos susceptível. Entre os temas retratados pelo humor negro estão a morte, o suicídio, os preconceitos étnico e racial, as doenças, a orientação sexual e a violência, dentre outros.

2 de fevereiro de 2010

Anacronismo


Anacronismo (do grego ἀνά "contra" e χρόνος "tempo") é um erro em cronologia, expressada na falta de alinhamento, consonância ou correspondência com uma época. Ocorre quando pessoas, eventos, palavras, objetos, costumes, sentimentos, pensamentos ou outras coisas que pertencem a uma determinada época são errôneamente retratados em outra época. Anacronismos podem ocorrer em um relato narrativo ou histórico, numa pintura, filme ou qualquer meio. Um exemplo poderia ser um filme encenado no século XIX em que aparecesse um computador. Nesse caso, dir-se-ia que o computador é um anacronismo.

Neologismo


Neologismo é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo sentido a uma palavra já existente. Pode ser fruto de um comportamento espontâneo, próprio do ser humano e da linguagem, ou artificial, para fins pejorativos ou não.

Pertence à família morfológica Neo (novo), cuja origem deriva do latim novus, nova, novum e do grego νές; do sânscrito návah.


Pode também referir-se a uma nova doutrina no campo da Teologia que procura esclarecer o significado e significante das expressões presentes nas traduções bíblicas.

Vício de linguagem


Vícios de linguagem são, segundo Napoleão Mendes de Almeida, palavras ou construções que deturpam, desvirtuam ou dificultam a manifestação do pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.

Ambiguidade

Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma palavra apresentar vários sentidos em um contexto.

Ex:
  • "Onde está a cachorra da sua mãe?" (Que cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe?)
  • "Este líder dirigiu bem sua nação"("Sua"? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?).
Obs 1: O pronome possessivo "seu(ua)(s)" gera muita confusão por ser geralmente associado ao receptor da mensagem.

Obs 2: A preposição "como" também gera confusão com o verbo "comer" na 1ª pessoa do singular.
A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecional, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e assim obter a interpretação correta da mensagem.

Barbarismo

Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula.

De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes nomes:
Ex:
  • Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria "quanto mais penso, (tanto) mais fico inteligente");
  • Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria "comeu um rosbife");
  • Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria "Havia ligações (ou vínculos) para sua página".
  • Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria "Eles têm serviço de entrega").
  • Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o mais adequado seria Primeiro-ministro)
  • Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja)
  • Convocamos para a Reunião do Conselho de DA's (plural da sigla de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se usa apóstrofo 's' para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.)
Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, grafia, morfologia, etc., tais como "adevogado" ou "eu sabo", pois seriam atitudes típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência no dialeto padrão da língua.

Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque os receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em questão na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre conhecem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à comunidade com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barbarismo também pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns receptores que se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos tipos de influência sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o conceito de barbarismo é relativo ao receptor da mensagem.

Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do receptor poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um cultismo (ex: "abdômen") quando presente em uma mensagem a um receptor que não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado, que poderia compreender melhor os sinônimos "barriga", "pança" ou "bucho").

Cacofonia - Plebeísmo - Prolixidade - Pleonasmo vicioso - Solecismo - Eco - Colisão


Cacofonia, cacófato ou cacófaton, é o nome que se dá a sons desagradáveis ao ouvido formados muitas vezes pela combinação de palavras, que ao serem pronunciadas podem dar um sentido pejorativo, obsceno ou mesmo engraçado, como: por cada, boca dela, vou-me já, ela tinha, como as concebo e essa fada.

A cacofonia pode constituir-se em um dos chamados vícios de linguagem, e devem ser evitados, tanto na linguagem coloquial quanto na escrita.

Cacofonia


A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve.

São exemplos desse fato:
  • "Ele beijou a boca dela."
  • "Bata com um mamão para mim, por favor."
  • "Deixe ir-me já, pois estou atrasado."
  • "Não tem nada de errado a cerca dela"
  • "Vou-me já que está pingando. Vai chover!"
  • "Instrumento para socar alho."
Não são cacofonia:
  • "Eu amo ela demais !!!"
  • "Eu vi ela."
  • "você veja"
Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e "pegadinhas".

Plebeísmo


O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos considerados informais.
Exemplos:
  • "Ele era um tremendo mané!"
  • "Tô ferrado!"
  • "Tá ligado nas quebradas, meu chapa?"
  • "Esse bagulho é 'radicaaaal'!!! Tá ligado mano?"
Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em contextos sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo.

Prolixidade


É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas idéias. Ao texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa o leitor.

A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se quer.

Pleonasmo vicioso


O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso.

Ex:
  • "Ele vai ser o protagonista principal da peça".
  • "Meninos, entrempara dentro!"
  • "Estou subindo para cima."
  • "Não deixe de comparecer pessoalmente."
  • "Meio-ambiente" - o meio em que vivemos = o ambiente em que vivemos.
Não é pleonasmo:
  • "As palavras são de baixo calão". Palavras podem ser de baixo ou de alto calão.
O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da mensagem.
Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de interpretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se incorrer acidentalmente em um uso vicioso.

Solecismo


Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo:
De concordância:
  • "Fazem três anos que não vou ao médico." (Faz três anos que não vou ao médico.)
  • "Aluga-se salas nesse edifício." (Alugam-se salas nesse edifício.)
De regência:
  • "Ontem eu assisti um filme de época." (Ontem eu assisti a um filme de época.)
De colocação:
  • "Me empresta um lápis, por favor." (Empresta-me um lápis, por favor.)
  • "Me parece que ela ficou contente." (Parece-me que ela ficou contente.)
  • "Eu não respondi-lhe nada do que perguntou." (Eu não lhe respondi nada do que perguntou.)


Eco


O Eco (ou rima) ocorre quando há na frase terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
  • "Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educação."
  • "O aluno repetente mente alegremente."
  • O presidente tinha dor de dente constantemente.

 

Colisão


O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é denominado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome de colisão.

Exemplos:
  • "Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos."
  • "O papa Paulo VI pediu a paz."
Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da frase que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões por outras similares ou sinônimas.