Carl Gustav Jung (conhecido como um dos maiores psicólogos do século XX e dos que mais estudou a personalidade humana no contexto das relações do homem com o mundo externo e com a comunicação entre as pessoas) distinguiu duas formas de atitudes/disposição das pessoas em relação ao objeto: a pessoa que prefere focar a sua atenção no mundo externo de fatos e pessoas (extroversão), e/ou no mundo interno de representações e impressões psíquicas (introversão). Cada tipo de disposição representa tão somente uma preferência natural do indivíduo no seu modo de se relacionar com o mundo, semelhante à preferência pelo uso da mão direita ou da mão esquerda. Assim, em relação ao tipo introvertido e extrovertido ele revelou: “um encarrega-se da reflexão (introvertido); o outro, da ação (extrovertido).”
Segundo Jung:
- Na extroversão, a energia da pessoa flui de maneira natural para o mundo externo de objetos, fatos e pessoas, em que se observa: atenção para a ação, impulsividade (ação antes de pensar), comunicabilidade, sociabilidade e facilidade de expressão oral. Extroversão significa “o fluir da libido de dentro para fora.”. O indivíduo extrovertido vai confiante de encontro ao objeto. Esse aspecto favorece a sua adaptação às condições externas, normalmente de forma mas fácil do que para o indivíduo introvertido.
- Na introversão, o indivíduo direciona a atenção para o seu mundo interno de impressões, emoções e pensamentos. Assim, observa-se uma ação voltada do exterior para o interior, hesitabilidade, o pensar antes de agir; postura reservada, retraimento social, retenção das emoções, discrição e facilidade de expressão no campo da escrita. O introvertido ocupa-se dos seus processos internos suscitados pelos fatos externos. Dessa forma o tipo introvertido diferencia-se do extrovertido por sua orientação por fatores subjetivos e não pelo aspecto objetivamente dado.
Para Jung, “a extroversão e a introversão são duas atitudes naturais, antagônicas entre si, ou movimentos dirigidos, que já foram definidos por
Goethe como
diástole. Em sucessão harmônica, deveriam formar o ritmo da vida. Alcançar esse ritmo harmônico supõe uma suprema arte de viver.”
Introversão, o que é?
Todos conhecemos indivíduos introvertidos, aqueles que nunca respondem apenas sim ou não a uma simples pergunta, outros hesitam e nunca levam avante os seus planos em consequência de pensar demais sobre o próprio assunto e ter medo de errar, se tentam escrever um livro acabam por se perder nos detalhes e pormenores do próprio pensamento.
O termo introvertido refere-se a todo o individuo com tendência a pensar mais que agir (raciocinio em detrimento da ação) - a introversão literalmente significa o "EU sobre os próprios problemas".
Pessoas introvertidas direccionam-se commumentemente para o seu interior de onde retiram a sua energia, enquanto que pessoas extrovertidas voltam-se predominalmente para o meio. Para o extrovertido o pensamento não tem vitalidade, é irreal. Para o introvertido a ação é inadequada e sem valor.
O introvertido privilegia os aspectos internos do seu psiquismo: ele pensa e repensa, absorve-se nas suas ações e reações e é auto critico. As suas emoções são em regra contidas e os seus desejos e impulsos refreados. Esta postura leva-o a hesitar quando tem de tomar decisões pois necessitam que a ação seja bem estruturada, medida e analisada antes da sua realização. Esta atenção critica e super analista torna-o por vezes, muito pouco atractivo á primeira impressão. Suscitam-lhe atenção quase mórbida os pequenos detalhes e pormenores que para os extrovertidos não têm importância, e essa caracteristica não os aproxima, antes os repele.
Os introvertidos são pessoas sensíveis, reservadas, observadoras. Preferem os arredores conhecidos do lar e as horas íntimas com poucos amigos mais chegados. Optam por fazer tudo com os seus próprios recursos, por sua própria iniciativa e a seu próprio modo. Com isso, tendem a ser classificados como egoístas e individualistas, o que pode não ser verdade.
É na reflexão, no silêncio, na tranquilidade que ele encontra harmonia. Ao invés dos contatos constantes, dos grandes grupos, das baladas, o introvertido prefere companhias mais seleccionadas, curtir boa música e ler um bom livro. O verdadeiro introvertido não procura popularidade, ele gosta de ser mais sozinho.
Teórico, por sua insociabilidade e jeito alheio, parece ver mais claramente os problemas e soluções que os extrovertidos raramente verão. Os introvertidos são na maioria das vezes, os inventores, os sonhadores, muitas das grandes descobertas se devem a eles: o presente pertence ao extrovertido; o futuro ao introvertido.
Esta atitude básica da personalidade e do funcionamento do individuo, pode ser visualizada na
íris através da presença de uma concentração de cor circundante na
pupila.
A autora de “Introvert Advantage”, Marti Olsen Laney, revela que ser introvertido é bem normal. “Nós todos crescemos em uma sociedade extrovertida”, disse Olsen Laney. “Existe mesmo um conceito negativo em relação aos introvertidos”.