2 de fevereiro de 2010

Cacofonia - Plebeísmo - Prolixidade - Pleonasmo vicioso - Solecismo - Eco - Colisão


Cacofonia, cacófato ou cacófaton, é o nome que se dá a sons desagradáveis ao ouvido formados muitas vezes pela combinação de palavras, que ao serem pronunciadas podem dar um sentido pejorativo, obsceno ou mesmo engraçado, como: por cada, boca dela, vou-me já, ela tinha, como as concebo e essa fada.

A cacofonia pode constituir-se em um dos chamados vícios de linguagem, e devem ser evitados, tanto na linguagem coloquial quanto na escrita.

Cacofonia


A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve.

São exemplos desse fato:
  • "Ele beijou a boca dela."
  • "Bata com um mamão para mim, por favor."
  • "Deixe ir-me já, pois estou atrasado."
  • "Não tem nada de errado a cerca dela"
  • "Vou-me já que está pingando. Vai chover!"
  • "Instrumento para socar alho."
Não são cacofonia:
  • "Eu amo ela demais !!!"
  • "Eu vi ela."
  • "você veja"
Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e "pegadinhas".

Plebeísmo


O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos considerados informais.
Exemplos:
  • "Ele era um tremendo mané!"
  • "Tô ferrado!"
  • "Tá ligado nas quebradas, meu chapa?"
  • "Esse bagulho é 'radicaaaal'!!! Tá ligado mano?"
Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em contextos sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo.

Prolixidade


É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas idéias. Ao texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa o leitor.

A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se quer.

Pleonasmo vicioso


O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso.

Ex:
  • "Ele vai ser o protagonista principal da peça".
  • "Meninos, entrempara dentro!"
  • "Estou subindo para cima."
  • "Não deixe de comparecer pessoalmente."
  • "Meio-ambiente" - o meio em que vivemos = o ambiente em que vivemos.
Não é pleonasmo:
  • "As palavras são de baixo calão". Palavras podem ser de baixo ou de alto calão.
O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da mensagem.
Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de interpretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se incorrer acidentalmente em um uso vicioso.

Solecismo


Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo:
De concordância:
  • "Fazem três anos que não vou ao médico." (Faz três anos que não vou ao médico.)
  • "Aluga-se salas nesse edifício." (Alugam-se salas nesse edifício.)
De regência:
  • "Ontem eu assisti um filme de época." (Ontem eu assisti a um filme de época.)
De colocação:
  • "Me empresta um lápis, por favor." (Empresta-me um lápis, por favor.)
  • "Me parece que ela ficou contente." (Parece-me que ela ficou contente.)
  • "Eu não respondi-lhe nada do que perguntou." (Eu não lhe respondi nada do que perguntou.)


Eco


O Eco (ou rima) ocorre quando há na frase terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
  • "Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educação."
  • "O aluno repetente mente alegremente."
  • O presidente tinha dor de dente constantemente.

 

Colisão


O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é denominado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome de colisão.

Exemplos:
  • "Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos."
  • "O papa Paulo VI pediu a paz."
Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da frase que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões por outras similares ou sinônimas.

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