7 de dezembro de 2009

Sofisma



Sofisma (do grego antigo σόϕισμα -ατος, derivado de σοϕίξεσϑαι "fazer raciocínios capciosos") em filosofia, é um raciocínio aparentemente válido, mas inconclusivo, pois é contrário às próprias leis. Também são considerados sofismas os raciocínios que partem de premissas verdadeiras ou verossímeis, mas que são concluídos de uma forma inadmissível ou absurda. Por definição, o sofisma tem o objetivo de dissimular uma ilusão de verdade, apresentado-a sob esquemas que aparentam seguir as regras da lógica.

É um conceito que remete à ideia de falácia, sem ser necessariamente um sinônimo.

Historicamente o termo sofista, no primeiro e mais comum significado, é equivalente ao paralogismo matemático, que é uma demonstração aparentemente rigorosa que, todavia, conduz a um resultado nitidamente absurdo. Atualmente, no uso frequente e do senso comum, sofisma é qualquer raciocínio caviloso (que finge ser amável ou cortês; falso, fingido) ou falso, mas que se apresenta com coerência e que tem por objetivo induzir outros indivíduos ao erro mediante ações de má-fé.

Origens

A designação de sofista, do grego Σοφιστής(sophistés), substantivação da forma adjetiva e verbal que remete a sophia e a sophos, utilizada para identificar aquele grupo de pensadores, filósofos e letrados da sofística helénica, recolhe em si o polissemantismo bem significativo de uma diversa apreciação dos sofistas.

Por um lado, é neste sentido típico e dominantemente pejorativo, caracterizado por Platão como: "um impostor, caçador interessado em jovens ricos, comerciante didático e atleta em combate verbalístico ou erístico, purificador de opiniões, mas também malabarista de argumentos, mais verosímeis do que verdadeiros, mais sedutores do que plausíveis". O sofista é, neste sentido, menos o filósofo como amigo ou amante do saber do que o «sábio» na acepção não pedagógica de uma descoberta da verdade, mas segundo o modelo da transmissão de um ensinamento e, por conseguinte, segundo a forma tradicional de uma didáskalos, ou seja, de uma didáctica.

Para o paradigmático entendimento que Platão faz dos sofistas, tal transmissão dos ensinamentos reduz-se a comércio interesseiro de saberes mnemotécnicos, retóricos e sempre relativos.

As palavras sofista, sofística[1] (do grego antigo: σοφιστής, σοφιστικός; derivada σοφός - "sábio", "instruído"), assumem diferentes significados ao longo da história da filosofia, que merecem ser distinguidos:
  1. Chama-se sofista ou sofístico, um conjunto de pensadores, oradores e professores gregos do século V a.C. (e do início do século seguinte).
  2. Em Platão, seguido da maior parte dos filósofos até aos nossos dias, uma perversão voluntária do raciocínio demonstrativo para fins geralmente imorais.
  3. O desenvolvimento da reflexão e o ensino da retórica, em princípio a partir do século I d.C., na prática a partir do século II, no Império romano.
Paralogismo: (do grego antigo παραλογισμός, "reflexão", "raciocínio") é um raciocínio falaz, ou seja, falso mas que tem aparência de verdade. Para alguns, o paralogismo é diferente do sofisma, pois não é produzido de má-fé, isto é, não é intencionalmente produzido para enganar. Para Aristóteles, qualquer falso silogismo era considerado um paralogismo, pois contém obrigatoriamente uma premissa ambígua.

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